Ministro da Defesa elogia resposta da Força Aérea no realojamento de migrantes

Ministro da Defesa elogia resposta da Força Aérea no realojamento de migrantes

Os migrantes estão alojados em camaratas com capacidade para 16 pessoas, mas com uma ocupação de apenas oito, dispondo de casas de banho e áreas de alimentação em cada um dos edifícios.

Por: Daniela Azevedo

O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, elogiou a resposta rápida da Força Aérea no acolhimento de 171 migrantes provenientes de um hostel em Lisboa, numa operação de “grande complexidade” dada a coexistência de 29 nacionalidades.

João Gomes Cravinho verificou após visita à Base Aérea da Ota, no concelho de Alenquer “a reação extremamente rápida” da Força Aérea Portuguesa, que disponibilizou 171 camas para acolher os cidadãos estrangeiros provenientes de um hostel de Lisboa, para realizarem um período de quarentena devido à pandemia da doença covid-19.
O ministro sublinhou o desempenho dos militares “numa operação de grande complexidade, tendo em conta a grande diversidade [de cidadãos] 29 de nacionalidades e um apátrida”.

A operação de acolhimento aos refugiados e migrantes foi preparada “em seis horas”, explicou ao ministro o Tenente-Coronel Rui Romão, comandante da base aérea onde o grupo foi instalado num bloco de “camaratas construídas nos anos 60 para apoio às forças envolvidas na Guerra do Ultramar”. Preparadas para receber, durante a pandemia, doentes que não tivessem condições de efetuar a quarentena em casa ou utentes de lares, as instalações foram “adaptadas” para “um grupo muito heterogéneo, volátil e complexo” de pessoas.

Dos 171 alojados, 136 dos quais testaram positivo para a covid-16, a grande maioria são oriundos “da Gâmbia, Guiné Bissau e Senegal”, mas há entre eles “línguas tão diversas como o árabe” explicou o comandante. Os migrantes estão alojados em camaratas com capacidade para 16 pessoas, mas com uma ocupação de apenas oito, dispondo de casas de banho e áreas de alimentação em cada um dos edifícios.

De acordo com o comandante da base, o espaço foi ainda adaptado “para se poderem movimentar num telheiro exterior” e para poderem fazer exercício “na área em redor dos edifícios”, vedados num perímetro de confinamento assegurado em parceria com a Marinha e o Exército. João Cravinho adiantou estar a ser feito “um levantamento” pelas juntas de freguesia, câmaras e proteção civil de vários pontos do país, sublinhando que o Governo terá que “estar preparado” para a possibilidade de serem detetadas outras situações.

Cláudia Pereira, secretária de Estado para a Integração e as Migrações, reafirmou no final da vista que o Governo está a articular entre os diferentes ministérios a revisão do programa de acolhimento de refugiados “que neste momento são os futuros imigrantes e contribuem para a economia do país”, tendo em 2019 contribuído com “659 milhões de euros” para a segurança social.

Para além da Base Aérea da Ota as forças armadas portuguesas têm atualmente um total de 1.300 camas preparadas para acolher pessoas no âmbito da pandemia da covid-19, número que segundo João Cravinho pode ser alargado “para 2.300 camas se necessário”.

Notícia originalmente publicada na edição 1057 do jornal Nova Verdade

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