IC11 e EN8-2 motivaram o deputado socialista João Nicolau a lançar perguntas ao Governo, ainda sem resposta. As crises provocadas pela pandemia também são motivo de preocupação manifestada ao jornal Nova Verdade.
Por: Daniela Azevedo
O deputado do PS João Nicolau questionou o Governo sobre quando prevê executar a construção do Itinerário Complementar (IC) 11 (Peniche/Carregado) e requalificar a estrada nacional EN8-2, considerados fundamentais para o desenvolvimento da região Oeste. “Em que fase se encontram os necessários estudos e projetos para a execução da obra”, questionou João Nicolau na pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, entregue na Assembleia da República.
O deputado socialista quis também saber “que horizonte temporal poderá ser expectável para o arranque do IC11”. Já em relação à estrada nacional 8-2, perguntou ao governante “para quando a intervenção na infraestrutura” e “em que moldes será a mesma executada”.
Estas ligações são de importância fulcral para a população alenquerense, como referiu ao jornal Nova Verdade: “Todos os que já tiveram a necessidade de se deslocar, por exemplo do Carregado para Torres Vedras, durante um dia normal, de semana, quer em trabalho quer em lazer, sabem que vão encontrar muito movimento de pesados de mercadorias e levar pelo menos 45 minutos/ 1 hora de viagem. Por outro lado, o maior polo de logística e distribuição do país encontra-se nos concelhos de Alenquer, Azambuja e Vila Franca de Xira, sendo este o destino de grande parte da produção agrícola e industrial da Região Oeste, por exemplo das hortofrutícolas, da pecuária, do pescado e da indústria agroalimentar”.
João Nicolau lembrou que o IC 11 consta do Programa Nacional de Investimentos 2030 e que a região Oeste “há muito anseia pela sua construção como via estruturante, que permita garantir a movimentação de pessoas e bens com a rapidez e segurança necessárias”. Contudo, frisou, “na última década, o estudo do IC11 tem sofrido consideráveis avanços e recuos”, enquanto os agentes económicos de alguns concelhos da região, como Lourinhã e Torres Vedras, “continuam a depender integralmente de vias como a EN8-2 para fazer escoar a sua produção”.
O deputado alertou que, na EN8-2, entre a Lourinhã e Ramalhal “a segurança está posta em causa face ao elevado estado de degradação da via” e requer, por isso, ser requalificada para deixar de provocar “danos em viaturas” e deixar de ser um “fator limitativo da atividade económica da região. Também não posso deixar de referir que para mim o IC 11 só será de facto uma mais-valia para o concelho de Alenquer, no dia em que tivermos uma alternativa ao cruzamento da EN 1 com a EN 3 no Carregado, que permita reduzir o tráfego de pesados no centro do Carregado”.
A resposta, tendo em conta a fase que vivemos, ainda não chegou: “oficialmente ainda não obtive resposta do Governo. Mas na verdade, este é um momento muito complexo das nossas vidas, e da própria economia do país. E nesse sentido o Governo está neste momento integralmente focado em duas missões fundamentais: combater a pandemia e fornecer todas as condições necessárias para salvar o maior número de vidas e fazer o possível para proteger empresas, postos de trabalho e rendimento das famílias para tentar evitar o colapso de toda e economia”.
O projeto do IC 11 atravessa o Oeste passando nos concelhos de Peniche, Lourinhã, Torres Vedras, Sobral M. Agraço, Arruda, Alenquer confluindo a norte do Concelho de Vila Franca de Xira, ligando assim uma região “com enorme potencial económico”, sendo uma infraestrutura reivindicada há muito quer pelos autarcas, quer pela Oeste CIM, quer pelas associações empresariais da Região Oeste.
Como o deputado encara a crise provocada pela Covid-19
O Oeste registou pela primeira vez a 14 de abril uma diminuição do número de doentes ativos para 99 (menos dois), graças à recuperação de cinco doentes no concelho das Caldas da Rainha, elevando-se para 11 as pessoas curadas nos 12 concelhos da região. Contudo, o concelho de Alcobaça tem mais dois doentes infetados. Há cinco óbitos a lamentar na região.
“Esta é uma fase muito complexa das nossas vidas. Uma verdadeira calamidade, que teríamos de recuar um século para encontrarmos semelhante epidemia no nosso país. Dizem os especialistas que o vírus estará em circulação vários meses. A nível económico a situação não é melhor, os efeitos da pandemia em conjunto com os necessários encerramentos e o drástico abrandamento da procura, estão a ter efeitos dramáticos nas empresas, nos postos de trabalho e nos rendimentos das famílias”, lamenta João Nicolau, enquanto recomenda a consulta do site criado para o efeito onde se explicam todas as medidas em vigor: covid19estamoson.gov.pt .
“Esta é, sem dúvida, uma das maiores crises mundiais, mas com esperança, confiança, solidariedade e cumprindo a nossa parte enquanto cidadãos, iremos ultrapassar este desafio, cumprindo o isolamento social e seguindo as recomendações da DGS”, adverte-nos. O relatório da situação epidemiológica da nossa região dá conta de 14 casos em Alenquer.
Notícia originalmente publicada na edição 1055 do jornal Nova Verdade