Escolas do concelho reabriram portas com cautelas

Escolas do concelho reabriram portas com cautelas

Em Alenquer, alunos e professores já recomeçaram, gradualmente, a ida à escola após semanas de confinamento devido à covid-19.

Por: Daniela Azevedo e João Honrado

Os alunos mais crescidos, do 11.º e 12.º ano, regressaram às mesas escolares com muito pouco recurso aos transportes públicos, notando-se que houve uma preocupação das famílias em trazerem os alunos às escolas.

Todos eles vinham com a lição bem estudada, com um sentido de responsabilidade apurado, e quase todos já chegavam de máscara. Face às regras sanitárias que terão de ser obrigatoriamente cumpridas, os alunos e os pais de Alenquer parecem compreensivos no evitar de um maior risco maior de contágio.

Fernando Almeida, professor e diretor do agrupamento de escolas de Alenquer, faz um balanço muito positivo destes primeiros dias de regresso (parcial) às aulas.

Os alunos do 12.º ano estão a ter aulas na Escola Básica Pero de Alenquer e na Damião de Góis ficaram os do 11.º ano. As aulas presenciais são as de disciplinas de exame; nas outras disciplinas continuam as aulas remotas. “Estas quebram o ritmo de aprendizagem porque não temos tanta interação com o professor e podemos esclarecer melhor as dúvidas presencialmente”, reconhece o aluno Miguel Rucha, contactado pelo jornal Nova Verdade.

Em Alenquer colocou-se a necessidade de contratar quatro professores, uma vez que os professores contratados são de risco e é necessário um coadjuvante presente na sala de aula.

“Há alguns alunos de risco que não vão às aulas presenciais. A esses têm de lhes ser cedidas as fichas e power points. Também há alunos que não vão porque os pais não os querem deixar ir – são mais dos que os de risco. Preocupa-me porque isso põe em risco a avaliação dos alunos. É um mês de aulas presenciais e isso pode ser prejudicial. Todos os alunos são obrigados a vir às aulas presenciais. O ministério da educação quer que o façam para completar o ano”, explicou o professor ao jornal Nova Verdade.

Vários pequenos grupos de adolescentes encontraram-se neste regresso, aparentemente satisfeitos por se reencontrarem após dois meses de confinamento, mas seguem diretamente para as salas de aula. “Não havia grandes contactos entre as pessoas, mesmo grupos de três jovens mantinham a distância entre si”, testemunhou o vice-presidente da Câmara Municipal, Rui Costa.

Miguel Rucha, de 17 anos, aluno de 11.º ano na Escola Damião de Góis, explicou ao Nova Verdade que à entrada da escola receberam desinfetante para as mãos e quem não tinha máscara recebia uma. O 11.º está a ter aulas do lado da secundária; o 12.º na escola básica, com um aluno por mesa e turmas divididas por dois turnos. “Cada professor tem o seu giz e apagador e o computador está protegido com plástico. No fim das aulas vai uma funcionária desinfetar o computador do professor. E nós só saímos se precisarmos mesmo de ir à casa de banho”, descreve-nos. “Só tenho aulas dois dias por semana. Senti-me seguro, as normas foram cumpridas”, concluiu.

O vice-presidente da Câmara Municipal, Rui Costa, diz ter sentido “que os pais tinham alguma preocupação. Todos fizeram o seu melhor. Agora temos que nos preparar para este quadro de normalidade diferente do que estávamos habituados”.

Os estabelecimentos de ensino foram todos desinfetados no exterior e interior com produtos que o Governo português fez chegar às escolas. Esta limpeza acontece sempre agora ao fim do dia e no início de cada dia, bem como à hora de almoço.

No refeitório o funcionamento também está a correr bem, como diz o professor Fernando Almeida: “Não servimos refeições, alguns alunos trouxeram comida de casa e abrimos o refeitório para o fazerem. Estiveram funcionários a vigiar e correu tudo bem. Por agora está tudo bem, mas não nos podemos esquecer que são muitos alunos; não sei como vai ser no início do próximo ano letivo”.

Ensino Pré-Escolar e Férias Divertidas

O regresso às aulas no ensino pré-escolar aconteceu nesta segunda-feira, 1 de junho.

“Vamos assegurar que o que se fez no agrupamento de escolas é semelhante ao que vamos fazer nos outros. Foi feito um inquérito aos pais de todas as crianças para saber quais regressariam a 1 de junho, sabendo que foi suspenso o serviço de refeições e de transporte escolar que agora só vão ser reativados de acordo com as necessidades”, afirma Rui Costa ao nosso jornal.

Estão abertos o JI de Santana da Carnota, Labrugeira, Penafirme da Mata, Cadafais e dois centros escolares. O pessoal não docente recebeu formação por parte do exército português, portanto, todos têm conhecimento para fazerem a higienização interior ou exterior dos edifícios.

Dentro da escola há circuitos diferentes assinalados, sapatos diferentes para a rua e para a escola, crianças e funcionários estão divididos por espaços diferentes e os equipamentos isolados para evitar o contacto. “Há um cumprimento minucioso das regras e espero que no fim de junho o resultado seja tranquilo e ordeiro como no ensino secundário”, desejou o vice-presidente da autarquia.

O programa “Férias Divertidas” também vai realizar-se. “Houve uma adesão mais reduzida do que em anos anteriores”, mas os grupos estão fechados e as regras constituídas: menos crianças, sem saídas ao exterior (praias, museus e parques). As atividades vão decorrer todas nas instalações no centro escolar de Alenquer, Carregado, também em Abrigada e Cortegana. “É mais seguro tê-las connosco”, finaliza Rui Costa.

Notícia originalmente publicada na edição 1058 do jornal Nova Verdade

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