Entrevista | Fernando Silva – presidente da Assembleia Municipal de Alenquer

Fernando Silva sobre a participação pública nas Assembleias municipais: “Ali discute-se a vida das pessoas quando se discute um regulamento ou uma taxa; não devem alhear-se de participar. Espero que brevemente se regresse à normalidade”, recomenda Fernando Silva.”

A menos de um ano das eleições autárquicas, a Rádio Voz de Alenquer/Jornal Nova Verdade tem vindo a fazer uma ronda de entrevistas com as principais figuras políticas do Concelho. Fernando Silva, presidente da Assembleia Municipal desde há praticamente um ano, veio ocupar o lugar de José Lourenço que se retirou por motivos de saúde. Fazendo parte da estrutura, de certa forma estava preparado para a proposta que se seguiu a este momento inesperado, uma vez que já era n.º 2 da lista da Assembleia Municipal. “Sabia que, eventualmente, se surgisse um impedimento por parte do Zeca Lourenço, eu seria a pessoa que avançava e foi com agrado que o fiz”, revelou nesta entrevista.

Só no início do próximo ano será discutida a sua recandidatura, todavia, Fernando Silva diz que se o convite surgir está disponível para aceitar.

As Assembleias Municipais, admite, têm tido alguma dinâmica muito graças às intervenções e participação ativa dos deputados municipais.

Inspirado por Teófilo Carvalho dos Santos, primeiro presidente da Assembleia Municipal de Alenquer, admite que todos os que ocuparam este papel antes de si foram “fundamentais para o bom desenvolvimento dos trabalhos da Assembleia”. Carlos Cordeiro também lhe merece admiração por ter sido “um político de devoção, uma pessoa espontânea, amiga da população e outra referência muito importante”.

As Assembleias Municipais têm decorrido no Fórum Romeira, em virtude da crise pandémica que estamos a viver e que obriga ao distanciamento físico e a uma maior aposta no online. Mas antes das restrições da CoViD-19, o Movimento “Alenquer Água Justa” marcou fortemente algumas sessões da Assembleia Municipal, lembrando, de certa forma, “as primeiras que aconteceram logo após o 25 de abril com pessoas que vinham de todo o lado porque almejavam mudanças para a sua terra (…) tentei que tudo decorresse com normalidade e que as pessoas que estavam a levantar o problema das águas estivessem presentes; um dos representantes desse movimento foi convidado por mim a sentar-se em plenário e a usar da palavra no ponto em que esse assunto foi tratado. Se as pessoas tiverem interesse em determinado assunto, elas aparecem”.

Nesta fase, quem quiser colocar questões aos deputados municipais, pode fazê-lo previamente por e-mail. “Ali discute-se a vida das pessoas quando se discute um regulamento ou uma taxa; não devem alhear-se de participar. Espero que brevemente se regresse à normalidade”, recomenda Fernando Silva.

Sobre as Assembleias descentralizadas, Fernando Silva diz-se a favor, mas só estando em discussão um tema que justifique a sua deslocalização para fora da sede de Concelho. Esta opinião é sustentada na experiência tida em Vila Verde dos Francos que não se traduziu, propriamente, num sucesso de afluência: “Fomos lá e acabámos por ficar defraudados, porque a população apareceu nos primeiros 15 minutos, foi-se embora e ficámos em condições pouco próprias para o normal decorrer dos trabalhos da Assembleia Municipal”.

A vida pública e de cada um está limitada por estes dias de domínio do coronavírus em que as regras obrigam muitos a estarem “de braços cruzados”. Muitas têm sido as preocupações da população que também chegam à Assembleia Municipal, mas Fernando Silva acredita que o Município está a fazer o melhor que pode na medida em que “tem prestado alguns apoios que creio que estarão a ser uma boa ajuda”.

Num futuro próximo, Fernando Silva confessa que gostava de ver concluída a obra no Areal de um prédio que virá a tornar-se numa incubadora de start-ups por poder ser “uma importante mudança para Alenquer para desenvolver o seu tecido empresarial, cultural e social ao mesmo tempo que trará pessoas para dentro da vila”. Os acidentes que continuam a acontecer no Carregado também o preocupam, daí defender uma alternativa para o trânsito “fora do Carregado. Seria muito importante para ajudar ao desenvolvimento do Concelho”. Uma piscina na Merceana também seria uma boa “prenda no sapatinho”.

Finalmente, a quadra natalícia encaminhou a entrevista para a despedida, numa tónica de nostalgia pelos Natais em que o presidente da Assembleia Municipal de Alenquer passou com os seus 4 filhos, noras e 9 netos. “Este ano vai ser complicado porque tenho de defender os meus netos, eles têm de defender os avós desta ameaça e todos temos de nos respeitar. Não nos vamos abraçar uns aos outros nem se vai cumprir um cerimonial que já vem do tempo do meu pai – todos temos que fazer um emocionante discurso na noite de Natal. Tenho muita pena que estas coisas sejam interrompidas”.

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