Carregado vê número de infetados aumentar devido ao foco na Avipronto

Carregado vê número de infetados aumentar devido ao foco na Avipronto

Entre os trabalhadores da Avipronto infetados estão 20 habitantes do Carregado. Nesta freguesia de Alenquer, o número de doentes mais do que duplicou em dois dias.

Por: Daniela Azevedo e João Honrado

No Carregado foram identificadas oito pessoas infetadas pela Covid-19 no dia 4 de maio. Dois dias depois, chegaram aos 20 porque muitos habitantes do Carregado trabalham na empresa de transformação de carnes Avipronto, em Azambuja. “Foi com surpresa que constatei este número tão elevado de pessoas infetadas” disse o presidente da Câmara de Alenquer.

A fábrica encerrou no dia 2 de maio por ordem das autoridades de saúde. Os trabalhadores suspeitavam haver casos de infeção por coronavírus não reportados. Foram realizados 350 testes a funcionários e colaboradores da empresa e 101 deram positivo.

José Martins, o presidente da freguesia de Carregado e Cadafais, mostrou-se preocupado com a situação: “é mesmo assustador porque numa freguesia da dimensão da do Carregado e Cadafais que faz fronteira com o foco de propagação da doença, é natural estarmos assustados. As freguesias não são agentes de Proteção Civil, o que sabemos chega-nos pela Câmara Municipal.

As autoridades de Azambuja dirigiram um documento ao Presidente da República a pedir que as freguesias possam ter acesso detalhado à informação.

O Carregado tem estado a receber os kits nas caixas do correio com material de proteção individual. “As pessoas têm o vírus à porta, as coisas não estão dominadas e a Câmara até devia reforçar-nos a distribuição deste equipamento”, apelou José Martins, em declarações ao jornal Nova Verdade.

Além dos habitantes da freguesia também há muita gente de fora que vai para a freguesia trabalhar. “Todos os processos logísticos passam ou pela EN 3 ou pela linha do comboio, mas passam sempre pelo Carregado; a nossa freguesia começa à porta de todas as plataformas logísticas. Enquanto cidadão acho que este tipo de situação merecia um apuramento de responsabilidades mais eficaz para que não se repetisse noutros pontos do país”, considerou o presidente da freguesia.

As linhas de apoio para a recuperação do tecido empresarial local estarão para sair em breve, mas a preocupação voltou ao Carregado e Cadafais.

Notícia originalmente publicada na edição 1057 do jornal Nova Verdade

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